segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Contradito

Desembesta a falar como se não houvesse mais nada para ser feito.
Lembra dos detalhes mais fúteis da vida e conta como se fossem os mais importantes.
Canta pra alguém que não vai ouvir só porque esse alguém tem o mesmo nome do seu compositor favorito.
Conta os sonhos que teve com desconhecidos.
Ouve as músicas também desconhecidas enquanto escreve.
Pensa no que queria ter apagado da mente.
De repente, pensa mais no que não queria e em quem nem faz parte da história.
O assunto é um, pensa em outro e fala no terceiro pra fugir.
Mistura os fatos, troca as bolas, entende errado, muda de ideia no meio da frase, esquece tudo.
Outra música toca, só pra contradizer o que era dito.
Se contradiz para ter certeza que estava certa.
Se repete para afirmar.
Conta a verdade a alguém e diz que é mentira.
Declara os seus desejos e diz que não quer.
Dança quando está parada.
Canta quando está calada.
Ama quando está sozinha.
Se afasta quando a amam.
Briga quando quer abraçar.
Abraça quando quer gritar.
Duvida quando está certa e sabe disso.
Pergunta, mas não quer saber a resposta.
Escreve quando não quer que ninguém leia.

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