terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Terra do Nunca

Queria voltar àquele lugar onde tudo o que mais gosto está, junto com a minha infância. Chegar lá e encontrar Peter, Wendy, Catarina, Sininho, vovó, vovô, o meu aquário cheio de peixinhos de todas as cores, meus gatos, as bonecas perdidas, o sonho, o sorvete de morango...
Queria voltar lá onde eu podia pular na cama, andar descalça, correr na rua e me perder num labirinto de lençóis pendurados ao sol.
Queria voltar lá onde eu sabia cantar e não me importava o que qualquer um falava, só quatro pessoas no mundo importavam.
Queria voltar lá onde o céu é desenhado com lápis de cor e sempre tem gaivotas voando próximo às nuvens, que sempre dão espaço ao sol entre duas montanhas.
Queria voltar lá onde, para se ter um jardim, basta uma flor com cinco pétalas e uma grama ao redor. Ou um grão de feijão num copo com algodão.
Queria voltar lá agora, sair voando pela janela. Mas vou dormir porque o sonho é o caminho mais curto.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Amores

Dos meus amores, só quero estar bem com eles. Mas é difícil concilia-los...
Meu bem, meu primeiro amor, me deixou feliz, me deu um presente, fizemos as pazes. Deixou entre nós uma felicidade que de tão grande causou inveja e nos fez sofrer.
Da minha nova paixão, sofri do mesmo mal, tanto que pensei se deveria deixar meu bem por isso ou se poderíamos ficar assim.
Agora, meu coração e minha vida discutem, pra variar. São como a razão e a emoção, que dizem que só se pode dar ouvido a um deles, quando, na verdade, devemos saber a dose exata dos dois juntos.
Quero um dia estar bem com todos os amores. Que um dia eles deixem de rimar com dores... Que possamos apenas ser felizes.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Contradito

Desembesta a falar como se não houvesse mais nada para ser feito.
Lembra dos detalhes mais fúteis da vida e conta como se fossem os mais importantes.
Canta pra alguém que não vai ouvir só porque esse alguém tem o mesmo nome do seu compositor favorito.
Conta os sonhos que teve com desconhecidos.
Ouve as músicas também desconhecidas enquanto escreve.
Pensa no que queria ter apagado da mente.
De repente, pensa mais no que não queria e em quem nem faz parte da história.
O assunto é um, pensa em outro e fala no terceiro pra fugir.
Mistura os fatos, troca as bolas, entende errado, muda de ideia no meio da frase, esquece tudo.
Outra música toca, só pra contradizer o que era dito.
Se contradiz para ter certeza que estava certa.
Se repete para afirmar.
Conta a verdade a alguém e diz que é mentira.
Declara os seus desejos e diz que não quer.
Dança quando está parada.
Canta quando está calada.
Ama quando está sozinha.
Se afasta quando a amam.
Briga quando quer abraçar.
Abraça quando quer gritar.
Duvida quando está certa e sabe disso.
Pergunta, mas não quer saber a resposta.
Escreve quando não quer que ninguém leia.