terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Por um ano bom.

Ainda faltam algumas horas pra dizer que acabou. Pra falar no passado o que foi bom e o que foi difícil (ou pra dizer que sobreviveu a 2014). {Ok, sem piadas.}
A vida segue, e a mudança no calendário é só mais uma. Assim como passam os dias, semanas e meses. Apenas termina aqui mais um ciclo de 365 bons dias {ou nem tão bons assim}. Espero que nesses últimos 364 dias você tenha tido mais coisas a comemorar hoje. E se não teve, que hoje seja um dia para colocar a cabeça em ordem para os próximos que virão. E, é... se você não tem motivo nenhum para comemorar hoje, lhe desejo que tudo melhore {alguma coisa boa deve ter tido, faz um esforço pra lembrar, vai.}.
Cada um teve e terá um ano diferente. Cada um sabe o que quer e precisa de novo na vida, além de um número no calendário ou uma agenda. Cada um pode - não importa no que acredite - rezar, torcer, orar, desejar, mentalizar um ano bom aos seus.
E é isso o que desejo: um ano com fé, com esperança, com vontade. As realizações e conquistas são consequências do que você faz por você. Torçamos por oportunidades, mas estejamos prontos para elas. Desejamos o amor, mas o cultivemos. Almejamos sucesso com batalhas. Queiramos paz, mas a façamos! Peçamos milagres, mas não esqueçamos de agradece-los.
Aproveitando: obrigada. A quem e o porquê são muitos, mas o sentimento é o mesmo. Obrigada por estar, fazer, ser mais um ano.
Feliz 2015, e 16, e 17, e 18...

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Surpresa!

Quantas vezes na vida somos surpreendidos? E quantas vezes essas surpresas nos deixam sem palavras, ou nos arrancam lágrimas de felicidade?
As surpresas tanto podem ser improváveis ou serem - de certa forma - esperadas, mas simplesmente virem em momentos que já nem estamos pensando nelas.
Temos o costume de reclamar da vida {ok, eu tenho esse costume.}, mas aí ela vem dá um jeito de nos mostrar que temos sim, motivos para sorrir. Muitos até. Nem tudo é exatamente como a gente quer, mas aí entra a nossa parte: fazer por onde, como dizem. Não era pra ser uma retrospectiva de fim de ano, pois ainda falta um mês e meio para acabar, mas vejamos. Oportunidades apareceram, sonhos parecem voltar a serem sonhados, há um amor pra ser amado, reconhecimento de onde menos esperei, pequenos gestos, palavras, sorrisos... 
Sim, estou contabilizando sorrisos, abraços, carinho, horas ao telefone, as massagens que não recebi, mas as que fiz na mana, cafuné, cheiro. Isso têm valido tanto que nem sei dizer.
Poder contar com poucos, mas os melhores, por mais piegas que possa parecer. Ter do lado quem é importante, quem te faz bem. E quem não vejo tanto quanto queria, ter no coração e na oração. Aliás, lembrei que li em algum lugar que, entre outras coisas, a oração é uma das melhores que podemos oferecer a alguém.
E as surpresas? Às vezes esquecemos dos verdadeiros motivos dos nossos sorrisos, dos sonhos. Esquecemos do que já pedimos em oração e não agradecemos. Me surpreendi ao ver que a vida não está como achei que estaria hoje, mas está na medida certa, está como deveria estar. E o que ainda não está bom, precisa só de um pouco mais de esforço e paciência.

domingo, 12 de outubro de 2014

Dor e fé!

Círio de Nazaré: maior demonstração de fé de um povo. Milhares de pessoas unidas numa só voz, num mesmo caminhar, apenas por amar a mãe de Jesus.
E porque nós nos sacrificamos tanto? Por amar, ignoramos dores, enfermidades e tristezas. Somos capazes de não sentir nada ao olhar para a imagem peregrina.
Não tem como. A fé fica maior que o sofrimento, e é ela quem nos conduz. Mas depois os corpos humanos sentem, choram, caem.
Queria às vezes ser de ferro para aguentar. Passei um ano longe do Círio por não poder caminhar, e depois de agradecer por ter conseguido voltar a acompanhar uma procissão, a única coisa que posso pedir é que tenha forças para caminhar mais e seguir em frente. Aguentar os caminhos, enfrentar sem tanta dor e sofrimento. Estar de pé.

Que a Nossa Senhora de Nazaré abençoe a todos os seus filhos. FELIZ CÍRIO!

domingo, 21 de setembro de 2014

Ser feliz

Queria ela acreditar que não foi por ter se distanciado do seu sonho que voltou a ter motivos para ser feliz.
Queria ela que as tragédias no caminho jamais tivessem acontecido.
Queria ela ter eliminado o que de ruim aconteceu, mas que as coisas boas tivessem vindo depois, ignorando que pudessem ter sido consequências das ruins.
Queria ela não ter errado, mas ter aprendido o que os erros lhe ensinaram.
Queria ela ter todos os seus por perto, esquecendo que partir também é preciso.
Queria ela, mas queria tanto que se conformava em apenas querer.
Queria ela apenas voltar a ter o que tinha antes de quase abandonar um sonho.
Queria ela, e tanto quis, que teve mais do que poderia querer.
Queria ela ser feliz, e foi. E é.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Lugares de mim

Certo dia, me encontrei tomando um café e refletindo sobre sonhos estranhos. Muitos, inclusive. Eles têm rondado meus pensamentos e me feito pensar sobre o que significam. Cheguei a procurar seus significados, conversar com amigos sobre, pesquisar, bater cabeça...
Vi coisas, animais que apareceram nos sonhos, percebi sinais, senti energias esquisitas, dores de cabeça, me afastei de alguns. Me afastei de mim. Talvez ainda não tenha voltado, mas parece que a vida está me fazendo reviver momentos, revisitar lugares, reencontrar pessoas... reiniciar algum processo que deu errado.
Escrevo isso ouvindo "In my life", dos Beatles, que parecem sentir o que eu só percebi agora.
Pode ser que nenhuma palavra aqui faça sentido para ti, mas sabe, não importa.
Decreto aqui um novo começo {está sujeito a alterações, afinal se trata da minha vida, ok?}. Quem sabe não é uma chance de zerar toda a chateação e cansaço? A hora pra fazer tudo o que deixou pra amanhã, e de lembrar o que ontem ofereceu de bom.
Pode até ter sido ~sem querer querendo~ que nos últimos dias fui a tantos lugares que há tempos não ia, ou que visitava com mais frequência (muito) antes.
Como um novo ciclo enfim... {toca o Ciclo_Da_Vida_O_Rei_Leão.mp3}.
Frequentar a escola que estudei na quarta série, passar na frente da escola que comecei a dançar mais vezes que o costume, ir ao shopping que mais ia quando criança, tomar o picolé preferido, tomar banho de chuva, comer a pizza, o pastel e o sorvete mais divertidos... ok, já ganhei alguns quilos só de falar isso. Visitar museus... melhor passeio para esse momento. Há quanto tempo não faço isso? Ir na casa onde cresci. Ler.
{obs: Machado de Assis, te amo.}
Não sei ainda onde isso pode chegar, no que vai dar. Só sei que vou me permitir acreditar que é uma coisa boa, que vai me ajudar a só ser eu mesma. A fugir da ruindade dos que não acreditam na humanidade, do pessimismo alheio com a vida dos outros, da energia pesada da falta de respeito e compaixão. Vou me procurar nesses lugares onde me criei. Vou fazer valer os momentos de vazio da mente, que permitem renovar as ideias. Se não valer como uma revolução na minha vida, ao menos serviu para voltar a escrever.

domingo, 23 de março de 2014

Fica

-Fica!
Eles se olharam desesperados. O movimento dos carros na rua era perturbador. O mundo parecia-lhes girar ao redor, incessante. Por um segundo que seus olhares cruzaram, a raiva se juntou à uma vontade incontrolável de chorar e se render ao pedido choroso. Como pode uma palavra tão pequena anular o que havia acontecido e o que tinha sido dito?
-Fica!
A voz repetiu, já trêmula, porem resistente ao choro e indiferente à multidão que passava na calçada.
Os olhos se mantiveram, sem piscar por uma eternidade, ou alguns segundos. Ninguém se importou com o tempo naquele momento. Só havia duas mentes vazias, dois pares de olhos se encarando, dois corações machucados e uma palavra:
-Fica!
Naquele instante um dos ouvidos reconhecera que aquelas batidas eram seu coração pulsando, tentando dizer alguma coisa.
Enquanto isso, no outro corpo, faltava o ar. Pulmões ofegantes tentavam movimentar um ser intacto.
Tanto faz quem disse, quem ouviu, quem machucou, quem partiu. Havia uma palavra solta, perdida, esperando uma reação.
Viu-se um passo, sentiu-se um abraço.
-Fico!

domingo, 12 de janeiro de 2014

À cidade das mangueiras

Querida Belém,
Que o tempo conserve teu cheiro de peixe, tua confusão, teus caboclos fortes de açaí, tuas morenas do sol forte, tuas chuvas de água e de manga, teu perfume de patchuli, cupuaçu, taperebá.
Que tuas manias não se percam: teu café com pupunha à tardinha, teu tacacá quente no calor, as cadeiras nas tuas calçadas depois do baré com pão,que tuas curicas, cangulas, arraias, rabiolas e papagaios voem mais e chinem menos.
Que teu carimbó ecoe, que as cinturas rebolem, que as saias girem, que os pescadores dancem.
Desejo, Belém, que ainda se possa jogar bola e peteca na rua, que tomar banho de chuva seja sempre bom.
Que tuas lambadas, tragam novos amores e deixe levar valores, que brega seja um ritmo, e não tua postura.
Que teus filhos te conheçam, te cuidem e te amem.
Desejo, Belém, que sejam felizes os teus 398 anos, e que lembrem de ti todos os dias, e não só hoje.