Ela tem 24, quase 25 anos e achava que aquele era o momento em que sua vida seria decidida, que ela começaria algo que iria mudar seu rumo e lhe mostrar o caminho definitivo.
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Claude Monet - Mulher no jardim. |
Ela acredita que ele vai surgir, seja num cavalo branco em seu jardim, seja numa bicicleta, ou que ele vai sentar ao seu lado num ônibus, dizer "oi" e os dois sorrirão como se soubessem ter sido feitos um para o outro.
Ela senta todas as tardes em seu jardim, imaginando ele, alto, moreno de pele clara como seus cabelos e doce como um perfume amadeirado, com pequenos grandes olhos que lhe observam profundamente e com uma suave rude voz que lhe acalma o sono e agita os pensamentos.
Ela projeta uma carreira brilhante com suas pequenas ideias que ninguém jamais teve, com sua modesta genialidade, e sem jamais ter feito nada e, muito menos, saber como fazer seus planos infalíveis.
Ela corre contra o tempo com missões gigantescas em intervalos minúsculos, só para lhe sobrar o tempo do ócio, de imaginar tudo o que deseja ser real.
Ela sonha. Apenas sonha com o que sabe que não vai acontecer se ficar esperando.
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