domingo, 17 de novembro de 2013

Ela

Ela tem 24, quase 25 anos e achava que aquele era o momento em que sua vida seria decidida, que ela começaria algo que iria mudar seu rumo e lhe mostrar o caminho definitivo. 
Claude Monet - Mulher no jardim.
Ela acredita que ele vai surgir, seja num cavalo branco em seu jardim, seja numa bicicleta, ou que ele vai sentar ao seu lado num ônibus, dizer "oi" e os dois sorrirão como se soubessem ter sido feitos um para o outro.
Ela senta todas as tardes em seu jardim, imaginando ele, alto, moreno de pele clara como seus cabelos e doce como um perfume amadeirado, com pequenos grandes olhos que lhe observam profundamente e com uma suave rude voz que lhe acalma o sono e agita os pensamentos.
Ela projeta uma carreira brilhante com suas pequenas ideias que ninguém jamais teve, com sua modesta genialidade, e sem jamais ter feito nada e, muito menos, saber como fazer seus planos infalíveis.
Ela corre contra o tempo com missões gigantescas em intervalos minúsculos, só para lhe sobrar o tempo do ócio, de imaginar tudo o que deseja ser real.
Ela sonha. Apenas sonha com o que sabe que não vai acontecer se ficar esperando.

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