sábado, 7 de setembro de 2013

#Partiu

Pegar um ônibus, andar pela cidade, subir escadas... Tarefas simples, né? 
Nem tanto para esta que vos fala neste  mês que passou e nos que virão... 


Foi há exatamente um mês que estava eu, fazendo direitinho a minha aula {não culpem o meu ballet pelo que aconteceu, por favor}, quando o meu joelho esquerdo estalou e demorou uns dias pra descobrir que #PartiuLigamento rompi o Ligamento Cruzado Anterior e teria que fazer uma cirurgia... Enquanto isso, estou correndo {no sentido figurado, logicamente} atrás de médicos e exames, e fazendo fisioterapia pré-operatória pra fortalecer a minha musculatura e me preparar pro que vem pela frente.

Por sorte, tenho pessoas que têm me ajudado bastante, seja com caronas, apoio moral, indicações de ortopedista, simplesmente se preocupando, cuidando do que não posso fazer, ou até dando aquelas broncas básicas pra eu me comportar, orientando, tendo cuidado... Ou tudo junto... Encontrei ajudas maravilhosas no meio disso, mas não é disso que eu quero falar agora. 
Quero chegar na parte que não dá pra abusar da boa vontade alheia e tive que começar a me virar sozinha... Até porquê ficar parada, dependendo dos outros não é nada legal. Foi quando comecei a me aventurar e sair para trabalhar, e pra fisioterapia, de ônibus. {Que aliás, foram as únicas coisas que me restaram, mesmo assim, em dias alternados}.
Fui então descobrindo como é difícil andar, principalmente nessas calçadas quebradas e irregulares. Sim, descobri isso agora... Claro que todos nós sabemos que as ruas e calçadas de Belém não são as melhores do Mundo, mas não sejamos hipócritas, a gente não sabe enquanto não vive a situação... Eu sei que o meu estado não é o pior da face da Terra, sei que estou até lidando bem com a situação toda, mas não podia passar por isso sem deixar meu depoimento sobre.
Claro que todos nós nos revoltamos cada vez que o motorista do ônibus para longe do ponto ou em fila dupla, ou ainda, não espera os passageiros terminarem de descer para arrancar. Todos nós ficamos com raiva ao tropeçar num buraco ou numa pedra, ou ao escorregar em uma calçada lisa, inclinada, às vezes lajotada, às vezes com sabão escorrendo da garagem... Mas aí a gente corre e atravessa a faixa, chuta a pedra, dá um salto por cima do buraco, bate o pé, se segura numa grade... Bem, com uma muleta numa mão e sem estabilidade, tá difícil pra mim. Imagina pra um cego, um idoso, ou alguém com uma deficiência que não vai sumir com uma cirurgia como a minha...
Se apesar de tudo ainda tenho esperança na humanidade? Sim, tenho. Tenho fé nas pessoas que dão lugar no ônibus, nas que seguram a porta pra dar passagem, acredito em quem desvia na rua, para o carro nas travessias, nos motoristas que me esperam sentar pra continuar dirigindo.
O que me resta é torcer para que continuem aparecendo mais pessoas do bem do que as indiferentes no caminho... Aliás, que as indiferentes se tornem do bem também, não dói e ajuda todo mundo!

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